Ao abrir meus emails hoje, logo cedo, havia dois emails de um amigo da UTFPR de Toledo que muito me emocionaram. E como tenho estado muito emotiva nesses dias, é claro que chorei!
O primeiro email era sobre Tony Melendez, um músico da Nicarágua que nasceu sem os braços, mas toca violão com os pés. Eu já tinha visto alguns vídeos dele. Mas toda vez que tenho a oportunidade, vejo novamente, e me emociono novamente. Adoro histórias de superação, porque elas me fazem ver o quanto sou pequena, o quanto sou um nada diante das coisas do mundo e o quanto sou grande para Deus... somente Ele nos enxerga de verdade. Inclusive o outro email era exatamente sobre isso, sobre a nossa invisibilidade para os outros, menos para Deus. O vídeo que estava neste segundo email falava sobre pessoas que dedicaram sua vida arduamente em grandes trabalhos, mas que não tiveram devido reconhecimento, e seus trabalhos, hoje, contêm a inscrição “autor desconhecido”.
Logo após, li uma entrevista do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho. Quando a Revista Poder perguntou se existe alguma coisa que podemos fazer para o cérebro funcionar melhor, a resposta foi certeira: "É PRECISO TRATAR DO ESPÍRITO. Estar feliz, de bem com a vida, exercitar-se. A memória vai embora com a depressão e baixa estima. É preciso ter motivação, acordar de manhã com desejo de fazer algo melhor, e ter prazer naquilo que se faz."
E não é só a memória não! A nossa vida depende do nosso estado de espírito!
Enfim... todos esses emails me fizeram refletir hoje, e atingi vários pontos durante essa reflexão sobra a vida, as pessoas, os costumes. Até que cheguei em um ponto sobre o qual gostaria de falar. Embora pouco tenha a ver com os emails, diretamente, tudo está interligado na minha cabeça.
Cada vez mais eu agradeço aos meus pais pela educação rigorosa que tive. Cada vez mais me convenço de que o que falta nas pessoas tem sido educação. A boa e velha educação, aquela que vem do berço, aquela que te faz ser uma pessoa boa ou má educada.
Hoje, encontramos pessoas que são legais em um dia e mal-humoradas noutro. São “bipolares”, “depressivas”, e várias outras justificativas. Quando eu era criança, isso era falta de educação.
Hoje, as crianças são hiperativas, “espertas demais”. Quando eu era criança, isso era falta de educação.
Hoje as crianças gritam com os pais, tios, avós, e ninguém faz nada porque a criança é “ativa demais”, “inteligente demais”, “dá respostas de adulto”. Quando eu era criança, isso era falta de educação.
Quando eu era criança, passava o primário com a mesma mochila. Depois trocava para ir para a quinta série. Depois só tinha outra para o Ensino Médio. E não era por falta de dinheiro, porque meus pais podiam me dar uma nova a cada ano se quisessem. Mas era por valores mesmo. Por valores que eu mesma construí a partir daquilo que meus pais me ensinaram. Ou seja, EU NÃO LIGAVA A MÍNIMA PARA AS MOCHILAS! Isso pode parecer pequeno, mas não é. Não para mim, porque isso exemplifica o modo como cresci, o modo como dou valor para as coisas.
Quando eu fiz curso de noivos, em uma daquelas dinâmicas de casais, descobri que um dos três atributos que o Janderson mais admirava em mim era o meu discernimento, que ele representou com a palavra BOM SENSO. Ele jamais soube, mas isso significou e significa muito para mim, porque está relacionado ao caráter, à educação. Saber usar o bom senso é saber se relacionar em sociedade, é saber compreender, relevar, até mesmo o modo de criticar.
Eu sei que... pensando nessas coisas todas, eu passo a ficar um pouco assustada com a maternidade. Entre todas as coisas que envolvem a maternidade, o que mais me assusta é o modo como meu filho irá receber a educação que daremos. E mais, será que eu serei muito rigorosa? Tenho certeza que sim! Então a pessoa tão “louca”, tão liberal, tão desinibida será uma mãe careta? É o que parece!
Eu não suportarei ter um filho sem educação, que não saiba o valor de respeitar os mais velhos, porque não entende o valor da experiência de vida... que não saiba o valor que as coisas realmente têm, porque se importa mais com aparências... que não saiba apreciar a maravilha de um pôr-do-sol porque está na internet.... que não saiba apreciar um bom livro porque está vendo a novela... que não saiba pedir por favor porque acha que o mundo é o seu umbigo, ou o que está em volta dele... que não saiba o que realmente é necessidade e futilidade.
Não é preciso saber o nome de todas as coisas, o resultado de todas as contas, a geografia, a ciência... é preciso saber desde cedo o que é reciprocidade, solidariedade, caráter, GENTILEZA... RESPEITO.
Sabe aqueles problemas nas escolas? A falta de respeito com os colegas e professores? É a educação de berço que anda faltando por aí... olha o que eu li hoje: “E aí a culpa é jogada nos pais. Por não mostrarem o certo e o errado. Não abrirem um tempo de qualidade com os filhos. Esquecê-los em frente a um computador ou televisão. O de sempre. O aluno que peita o professor também xinga os pais. Aric Sigman, da Royal Society of Medicine, em Londres, autor do livro The spoilt generation (A geração mimada), afirma que, hoje, até criancinhas nas creches jogam objetos e cadeiras umas nas outras. ‘Há uma inversão da autoridade. Seus impulsos não são controlados em casa. É uma geração mimada que ataca especialmente as mães’, diz ele.”
O mundo, as facilidades de hoje, o dinheiro... tudo conspira para que os antigos valores se percam entre os dias corridos, entre o comodismo... porque tem coisas para as quais é mais fácil ceder que ter de negar, e explicar...
Mas eu não quero perder isso em mim. E se um dia Deus confiar a mim um filho, é assim que vai ser. Se vou conseguir? Eu aposto que sim!
Enfim... eu acredito na bondade do ser humano. Já dizia o profeta: “Gentileza gera Gentileza!” Claro que sim!
E mais um monte de coisa que eu to sentindo e queria falar... mas fica para a próxima!
Tony Melendez -http://www.youtube.com/watch?v=dvFMBXNcXcU
A mulher invisível- http://www.youtube.com/watch?v=WBSAVK2xLgU
Priscilla Mamus
2 comentários:
Pri, também tinha (e ainda tenho) medo dessa perda de valores. Mas temos que fazer a nossa parte. Nem tudo vai sair como esperado em relação à educação dos nossos filhos pq por mais q tentemos fazer o melhor dentro de casa eles acabam sendo influenciados, de algum modo, por esse mundo de superficialidades que aí está.
Tem uma frase que eu acho interessante que é "as palavras comovem, mas os exemplos arrastam". Assim como me inspiro na história de vida e nas atitudes dos meus pais, procuro ser exemplo para meus filhos. Graças a Deus, como mãe, tenho muito mais alegrias do que preocupações e tenho certeza que com vc vai ser assim também. :)
Muito bom texto Pri! Parabéns!
Juma
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